
Desafios do FMCG no e-commerce
FMCG (Fast-moving consumer goods) é a sigla para bens de consumo rápido, que são produtos não-duráveis, consumidos rapidamente e comprados com frequência, tendo uma alta rotatividade quando estão nas gôndolas das lojas. Female customer choosing food products on shelves of supermarket. Funny woman holding basket, person buying goods at grocery shop flat vector illustration. Shopping at store, consumerism concept Apesar de seus preços serem mais baixos, sua receita é compensada pela alta concorrência. E devido a esta alta rotatividade de vendas, é um segmento extremamente competitivo, sendo formado por algumas das maiores indústrias do mundo, como Nestlé, Procter & Gamble, Unilever, PepsiCo, entre outras. Nos últimos tempos, com a aceleração do consumo digital e alta do e-commerce, a procura por produtos FMCG no comércio digital cresceram, por isso, eficiência na logística e redução do prazo de entrega passam a ser cruciais. Mas, existem também outros desafios. Um cenário otimista para o FMCG no e-commerce O Winning Omnichannel, estudo produzido pela Kantar Worldpanel referente ao ano de 2021 e publicado recentemente, nos mostra que as vendas online de produtos FMCG cresceram mais de 15% em 2021. Considerando todos os canais de distribuição, o mercado aumentou em 2,1%. O comércio eletrônico agora responde por uma participação de 7,2% dos gastos globais com supermercado. Para este ano, a Kantar prevê que o crescimento do mercado global de FMCG diminuirá cerca de 1,3%, devido ao desafio dos consumidores de lidar com as pressões inflacionárias. Por isso, segundo eles, "Inovação no e-commerce, promoções e variedade serão ferramentas importantes para a indústria e varejo enfrentarem os desafios deste ano". Ainda, segundo o estudo, 44,2% dos asiáticos compraram FMCG on-line, sendo responsáveis por grande parte do crescimento das vendas desse mercado como um todo. Isso porque muitas marcas utilizam os canais digitais para transformar a maneira como vendem, e isso ficou muito claro durante o período pandêmico. Um exemplo disso foi a utilização da estratégia de live commerce, que nada mais é do que a venda de produtos por meio de transmissões ao vivo em plataformas digitais. Além disso, consumidores asiáticos utilizam muito O2O (online to offline) para compras de produtos FMCG, método que utiliza os canais online para direcionar os clientes à loja física. Segundo o relatório, “Ásia está muito à frente de todas as outras regiões em sua adoção e inovação no espaço de FMCG online. Os principais mercados do ocidente têm muito a aprender se quiserem continuar encontrando crescimento online”. Desafios do FMGC no e-commerce Distribuição de conteúdo e monitoramento de preço: Devido ao extenso portfólio de produtos, um dos principais desafios deste segmento é a dificuldade com a gestão e controle das informações e conteúdos dos produtos no ponto de venda digital, o que afeta diretamente a escolha do consumidor, já que no ponto de venda digital não existe a possibilidade de experimentar ou tocar o produto, por isso, assegurar que as informações dos produtos descrevam exatamente o que ele é, se torna crucial para garantir o conforto e segurança do cliente para efetivar a compra. Além disso, assegurar que o preço definido pela indústria esteja sendo aplicado pelos varejistas, pois um preço muito alto em um determinado varejista, por exemplo, pode fazer o consumidor desistir da compra sem mesmo que ele procure em outros locais e acabe partindo em busca de outra marca. D2C e falta de atuação no e-commerce: A venda da indústria direto ao consumidor já é uma realidade há algum tempo, mas possui vantagens e desvantagens. O lado bom é ter acesso direto aos dados de consumidores e aumentar a visibilidade e presença da marca. Nesses casos, a indústria deve ter como foco o mix de produtos e a experiência do consumidor em comprar direto com a marca, tomando cuidado para que não haja uma concorrência ou conflito com seus distribuidores e varejistas parceiros. Um exemplo disso é oferecer o portfólio completo de produtos ou, ainda, a possibilidade do consumidor personalizar um produto. Por outro lado, criar um e-commerce, adquirir clientes, gerir estoque e ter uma cadeia logística pode não ser uma tarefa fácil. Apesar de terem grandes e estruturadas áreas de trade marketing com estratégias eficazes e bem definidas no ponto de venda físico, muitas marcas de FMGC estão menos preparadas do que gostariam para criarem e aplicarem estratégias e até mesmo estruturar times que atuem dentro do ambiente digital. Last Mile: last mile é a etapa final de entrega de uma mercadoria, ou seja, a saída de uma mercadoria do centro de distribuição ou loja para ser entregue ao cliente, de forma rápida e com um baixo custo de frete para o consumidor (lembrando que um dos principais fatores de desistência de compras no e-commerce são por conta de fretes altos). Para o e-commerce, é uma etapa de extrema importância - e a mais complexa, pois é acompanhada de perto pelo cliente. E, para o cliente, é uma etapa de expectativa que está diretamente ligada à experiência com a marca: receber o produto correto, no prazo estipulado (ou mesmo antes) e bem embalado. Porém, é a etapa mais custosa da logística, e envolve variáveis como: rota, trânsito, qualidade do serviço de transporte, fluxo de entregas etc. E, qualquer falha durante o processo de entrega (por exemplo, ausência de alguém que possa receber a mercadoria ou mercadoria extraviada), pode ser um gasto extra para a empresa ou uma frustração para o cliente. Se o setor de FMCG tem uma parcela tão grande de mercado, é hora de investir ainda mais nos canais digitais. Com o e-commerce ganhando cada vez mais força, empresas que intensifiquem suas estratégias no ambiente digital poderão se beneficiar, impulsionando as vendas, obtendo lucros maiores , aumentando a participação de mercado e atraindo novos clientes.
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